Controle de Custos Corporativos
O que é risco de mercado e o que fazer para minimizá-lo?
Todas as empresas sofrem com as oscilações de seus setores. Pode parecer clichê, mas essa constatação é uma lembrança contínua de que as operações financeiras devem ser conduzidas com a maior precisão possível. Uma equipe que saiba o que é risco de mercado e como combater cada um deles, por exemplo, é um ativo para qualquer organização.
Neste post, serão apresentados o conceito de risco de mercado, as diversas modalidades pelas quais ele se manifesta e os meios de mitigar esse perigo financeiro para as empresas. Continue a leitura!
O que é risco de mercado?
Em primeiro lugar, é importante entender que o risco de mercado pode afetar empresas e indivíduos. Isso porque ele é caracterizado como a possibilidade de perdas financeiras que ocorrem por conta de mudanças no ambiente global, as quais afetam os valores dos ativos de organizações e pessoas.
Exemplo disso é quando uma empresa sofre perdas ocasionadas por flutuações nos preços dos ativos. Elas podem ser geradas por eventos macroeconômicos, políticos ou até mesmo acontecimentos naturais.
E o que é perdido, exatamente? Confira alguns exemplos:
- ações de outras empresas;
- títulos públicos;
- commodities;
- moedas;
- ativos físicos, como itens do maquinário — uma empresa que perca equipamentos por conta de um terremoto em uma das regiões em que ela atua, por exemplo, terá perdas financeiras.
Quais são os tipos de risco de mercado?
Há riscos de diversas naturezas, que geram diferentes resultados e demandam reações de acordo com cada caso. Conheça os principais tipos:
- risco de preço das ações — associado às alterações que ocorrem nos valores das aplicações financeiras feitas pela empresa. Quando ela investe nos papéis de companhias que entram em crise, a tendência é que esses ativos se desvalorizem. A recíproca também é verdadeira: à medida que outra parceira se valoriza no mercado, o valor das ações aumenta;
- risco de taxa de juros — alterações nas taxas de juros cobradas pelo mercado (algumas delas reguladas pela Selic) podem afetar os preços dos títulos de renda fixa e outros instrumentos financeiros associados a elas;
- risco de commodities — as commodities, exemplificadas por produtos agrícolas como o café, minerais e petróleo, por exemplo, também sofrem com a volatilidade nos preços. Quando há flutuação, as empresas que as comercializam, ou que compram insumos que se encaixam nessa classificação, também terão que fazer ajustes em seus gastos;
- risco de liquidez — associado à capacidade que uma empresa tem para vender ativos rapidamente, antes que eles sofram com uma redução significativa de preço;
- risco cambial — quando há variações nas taxas de câmbio, definidas pelos países. Assim, empresas e investidores que possuem ativos ou passivos em moedas estrangeiras podem arcar com perdas financeiras caso ocorra uma desvalorização da moeda de referência.
O que causa esse risco?
O risco de mercado não é representado por um acontecimento isolado, mas por uma série de ocorrências que podem surgir em um contexto mais amplo — em que mudanças sensíveis podem acontecer devido a uma variedade de fatores.
Alguns deles são: mudanças nas taxas de juros, crises políticas, eventos geopolíticos (como guerras e golpes de estado), variações nas taxas de câmbio e modificações nas políticas governamentais. Esses são alguns fatores que geram volatilidade nos mercados.
Essas alterações podem ocorrer rápida ou gradualmente. Os impactos podem ser duradouros ou momentâneos. De qualquer modo, a empresa deve se preparar com algumas estratégias que serão vistas mais adiante no texto.
Quais são os impactos para as empresas?
Quanto melhor for a equipe financeira de uma empresa, menores são as chances de que ela tenha perdas significativas causadas por riscos de mercado que se concretizem.
Contudo, nenhum empreendimento está totalmente salvo da desvalorização dos ativos e das perdas financeiras. Algumas das possíveis consequências são:
- prejuízos financeiros — o risco de mercado pode levar a perdas financeiras devido a mudanças no ambiente de mercado que afetam o valor dos ativos.
- queda no desempenho financeiro — a oscilação de preços de commodities e de outros serviços oferecidos pela empresa, pode influenciar o desempenho financeiro das empresas;
- incertezas — essa é uma consequência natural do próprio funcionamento do mercado financeiro. Há sempre algum grau de imprevisibilidade das condições econômicas, que podem ser afetadas por mudanças de governos, econômicas, desastres naturais e epidemias.
Como minimizar o risco de mercado?
Para as empresas, é muito importante encontrar meios de se proteger contra os diferentes riscos de mercado e suas consequências. Confira algumas maneiras!
Diversificação de investimentos
Para as organizações que investem em ações visando maior rentabilidade, a diversificação dos investimentos protege o dinheiro — ou ao menos parte dele.
Assim, investir em uma variedade de ativos, localizados em diferentes regiões geográficas, por exemplo, ajuda a reduzir o impacto negativo que determinados eventos específicos podem ter sobre a rentabilidade do negócio.
Uma empresa pode concentrar seus esforços em investir nos títulos públicos de um determinado país. Contudo, caso essa nação passe por uma crise econômica, esse risco de mercado fará com que a aplicação financeira se desvalorize significativamente.
Portanto, a diversificação de investimentos é o melhor caminho. Ela também pode ser feita por meio da aplicação em diferentes ativos, como ações, imóveis, commodities e outras classes. Outra opção é variar entre os diferentes setores do mercado.
Acompanhamento das tendências econômicas
Acompanhar os indicadores econômicos, as tendências e até mesmo as notícias do cenário político é uma tarefa fundamental para identificar riscos de mercado em potencial.
Alguns exemplos de comportamentos que podem ser identificados são a volatilidade cambial, as flutuações nas taxas de juros e as mudanças nas condições econômicas globais.
Hedge
O hedge é uma estratégia de proteção de investimentos que pode ser utilizada por empresas para minimizar as perdas potenciais. Nesse sentido, muitas companhias a utilizam para se prevenir contra oscilações e riscos de mercado.
Para colocar essa opção em prática, as empresas podem utilizar diversos instrumentos financeiros, como swaps e contratos futuros. Assim, elas se protegem contra movimentos inesperados nos preços dos ativos e reduzem o risco de mercado em suas carteiras de aplicações financeiras.
Gestão de riscos em ativos
A gestão de riscos em ativos mitiga os perigos monetários que podem afetar a empresa. Para isso, a companhia deve implementar uma política interna nesse sentido. O primeiro passo é estabelecer métricas e acompanhar os resultados de cada operação financeira.
Quando se fala em gestão de riscos financeiros, as métricas devem ser adotadas de acordo com o acompanhamento do dia a dia da empresa, envolvendo desde o fluxo de caixa até as taxas de juros praticados. Além disso, é importante acompanhar as variações cambiais e monitorar o mercado em sua totalidade.
O ideal é que a organização conte com especialistas de alto nível em seu time financeiro, de modo que eles possam monitorar esses indicadores de maneira precisa. Também é fundamental ter bons funcionários em seus quadros, para enfrentar situações em que ações corretivas precisem ser implementadas com rapidez.
Definição dos limites de perda
A empresa pode definir limites de perda em cada setor e em relação aos investimentos feitos. Isso é fundamental para que a organização entenda o quanto ela pode sofrer com a volatilidade do mercado sem ter que encerrar suas operações.
Educação financeira
Embora a responsabilidade em relação às medidas de controle e combate aos riscos seja da equipe financeira, a verdade é que a conscientização passa por todos os colaboradores.
Com aulas de educação financeira, por exemplo, um setor pode entender como combater focos de desperdício fiscal, preservar o maquinário e outras tarefas para manter o patrimônio da empresa.
Esses treinamentos podem ser realizados pela equipe interna ou por profissionais de fora, com ampla bagagem na mitigação de riscos financeiros. Eles ajudam a combater fraudes e erros involuntários que levam a perdas para o negócio.
Como fazer uma análise do risco de mercado?
A análise passa pela implementação da rotina de cuidados mencionada no tópico anterior. Em geral, um plano de ações abrangente envolve as seguintes etapas:
- identificação de riscos — os gestores mapeiam todos os fatores internos e externos que ameacem o sucesso do planejamento estratégico. Isso envolve a fiscalização de oscilações no mercado, a gestão interna de ativos e o acompanhamento de indicadores;
- análise do impacto — aqui, o potencial impacto de cada risco identificado é avaliado;
- classificação dos riscos — os gestores devem utilizar uma escala para classificar os perigos aos quais a empresa está sujeita, considerando a probabilidade de ocorrência e a gravidade de um possível impacto;
- planejamento de ações — nesse momento, são desenvolvidas estratégias práticas para mitigar, transferir ou eliminar definitivamente os riscos de mercado;
- monitoramento e revisão (se necessário) — a equipe financeira monitora a eficácia das estratégias implementadas. Esse acompanhamento é importante para realizar ajustes e redirecionamento de rotas, caso necessário.
Para economistas e profissionais acostumados com o uso de tecnologias, também há alguns meios avançados de realizar análises de risco, tais como:
- Value at Risk (VaR) — método estatístico utilizado para avaliar a perda máxima provável em uma carteira de investimentos ou em um inventário de ativos, em um determinado período;
- modelagem matemática — modelos financeiros utilizados para simular cenários econômicos e prever o impacto de alterações;
- teste de estresse — os profissionais avaliam o desempenho do mercado em algumas situações hipotéticas extremas, em que há uma altíssima chance de perdas financeiras significativas. Esse teste é importante para avaliar a durabilidade do patrimônio e da carteira de investimentos da empresa.
Entendido o que é um risco de mercado, os diferentes tipos e como lidar com eles da melhor forma, o próximo passo é implementar medidas de controle. Como visto nesse artigo, o acompanhamento das tendências econômicas e a utilização de métodos avançados, como o VaR, são algumas formas de manter a companhia protegida.
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