Controle de Custos Corporativos
Fluxo de caixa projetado: o que levar em conta ao montar?
Sem um planejamento adequado, uma empresa não progride nem se solidifica no mercado. Mas para começar ou otimizar essa prática, é preciso tomar algumas medidas e lançar mão de ferramentas eficientes. Uma delas é o fluxo de caixa projetado.
Pensando em ajudar a superar quaisquer empecilhos técnicos nesse sentido, vamos listar as principais informações para fazer essa estimativa e mostrar sua importância na jornada em prol de um negócio de sucesso. Veja isso e muito mais, a seguir!
O que é e para que serve um fluxo de caixa projetado?
Trata-se de uma projeção do fluxo de caixa da empresa em que as entradas e as saídas futuras são estimadas para compreender os possíveis cenários financeiros. Com funções no gerenciamento empresarial, a primeira delas é descobrir os potenciais déficits.
Pense um pouco: mesmo que a previsão de receitas e despesas indique sobra ou lucro ao final do período, ainda existe a chance de os prazos para os pagamentos dos valores não serem compatíveis com os momentos em que os ganhos vão cair na conta.
Pode acontecer de a empresa comprar matéria-prima para quitar em 60 dias. Porém, o tempo de produção e de venda ser de 90 dias, criando uma lacuna de 30 dias a ser coberta com reservas ou empréstimos. Enquanto o uso das primeiras tende a limitar o investimento, a última opção gera custos que potencialmente reduzem ou comprometem a lucratividade.
Logo, fica evidente que essa é uma medida de planejamento financeiro que serve para antecipar situações capazes de afetar o empreendimento e, a partir disso, permitir que a gestão atue para mitigá-las.
Qual a diferença entre fluxo de caixa projetado e realizado?
Se a previsão de fluxo de caixa projetado nos indica o futuro, o realizado se volta ao passado. Basicamente, um busca antever e evitar problemas ou aproveitar oportunidades, enquanto o outro permite aprender com essas circunstâncias.
Essa diferença se relaciona com outra: a natureza da informação. Afinal, a estimativa se baseia em suposições construídas considerando o histórico e o que o mercado demonstra ser tendência. Já depois que as transações acontecem, o fluxo apenas mostra fatos.
Quando montar um fluxo de caixa projetado?
Montar um planejamento de fluxo de caixa projetado é algo bem-vindo quando a gestão precisa:
- fazer uma programação financeira;
- analisar a demanda de capital de giro ou o risco de falta de liquidez;
- avaliar investimentos e capacidade de pagamento de financiamentos.
A ideia por trás desses momentos é antever o futuro em relação tanto a desafios quanto a oportunidades. Dessa maneira, a circunstância para elaborar uma projeção está ligada aos contextos e à organização empresarial.
Nesse último caso, há negócios que fazem os planos trimestralmente e outros de modo anual. No entanto, o ideal é entender o ciclo do seu empreendimento para definir a melhor periodicidade.
Como fazer fluxo de caixa projetado?
Colocar na ponta do lápis um fluxo de caixa estimado exige algumas ações. Conheça uma a uma!
Levante o histórico
Ao observar um modelo de fluxo de caixa projetado, fica evidente a demanda por informação para montar essa estimativa. Assim, o primeiro passo é entender como ocorrem as movimentações de entrada e saída geralmente.
Com isso, é viável identificar as despesas fixas que devem se repetir ao longo do tempo e aquelas assumidas para o futuro, além de compreender as sazonalidades em vendas, por exemplo. Desse modo, cria-se a lista de elementos a serem lançados.
Organize os dados
Quando e em que classificação lançar os dados no fluxo de caixa projetado é um cuidado que evita erros ao mesmo tempo em que facilita a análise. Um exemplo é colocar todos os itens de igual tipo juntos para ter seu somatório. Isso abrange salários, investimentos, empréstimos, fornecedores a pagar, direitos a receber etc.
Estime valores futuros
Nem todos os valores levantados são fixos ou já estão definidos. Ou seja, é possível saber que haverá uma despesa ou um ganho, mas não ter certeza do montante que deve ser movimentado. Uma maneira de estimar isso é usando médias com base nos dados anteriores.
Além disso, existem fatores que afetam custos, juros e outros componentes a serem lançados. É o caso de aspectos econômicos (a exemplo da inflação) e legais, geralmente ligados a impostos. Portanto, realizar sua atualização a partir desses elementos aumenta a exatidão da projeção.
Pesquise tendências mercadológicas
Atualizar dados para criar um fluxo de caixa projetado envolve identificar situações atuais que indicam tendências futuras. Exemplos não faltam: desde mudanças na condução econômica até alterações no comportamento de consumo, passando por conflitos, escassez de insumos ou surgimento de concorrentes.
Na prática, é preciso perceber pequenas modificações no passado e no presente para encontrar as grandes que vão aparecer mais à frente. Basta pensar na diminuição nas vendas em uma data específica. Uma postura precavida requer uma avaliação de causas e estimativas mais modestas para o próximo ano.
Monte cenários
A análise de fluxo de caixa futuro trabalha com possibilidades e probabilidades. A elaboração de cenários oportuniza o desenvolvimento de ações preventivas para um escopo maior de situações.
Nesse sentido, vale fazer ao menos três quadros: pessimista, otimista e intermediário, visando abarcar os potenciais desdobramentos das tendências mercadológicas apuradas anteriormente.
O que levar em consideração?
Alguns elementos não podem ser ignorados na elaboração de um fluxo de caixa projetado. Descubra quais!
Período da projeção
O período é algo básico, mas que pode gerar grandes erros se não for observado. Entre as questões envolvidas, estão se esquecer de usar como referência o mesmo intervalo, ignorando sazonalidades ou situações que só acontecem em determinados momentos.
Outro ponto é a necessidade de perceber o quanto é possível ou é preciso antecipar. Algumas vezes, projetar o fluxo de caixa de um ano não é necessário ou o resultado será muito inexato. Nesses casos, estimativas trimestrais podem ser atualizadas mês a mês para antever o que está por vir em um futuro próximo.
Fontes de receitas
Não é uma surpresa dizer que um fluxo de caixa projetado requer a lista de todas as fontes de receitas. Afinal, trata-se de uma estimativa de entradas e saídas, certo? Entre os cuidados, o primeiro é não esquecer os ganhos obtidos em investimentos financeiros e outras formas passivas de obter lucro.
Também é importante considerar o que pode afetar as vendas de produtos e/ou serviços. Na mesma linha, cabe avaliar se haverá mudanças nos custos que afetam a precificação e, em consequência, esses valores.
Despesas operacionais
Entre os gastos, aqueles necessários para o negócio funcionar e entregar sua atividade são os que mais variam, haja vista que até as despesas fixas podem sofrer oscilações, como o aumento dos aluguéis diante da subida de indicadores econômicos indexados devido a questões externas.
O comercial é outra área para se prestar atenção nessa etapa do planejamento financeiro. Muitas vezes, definir orçamentos de marketing com antecedência amplia os resultados das ações e melhora a capacidade de negociação da equipe enquanto reduz a imprevisibilidade.
Ciclo de conversão
Uma das ações para antecipar a liquidez da empresa, que é a proposta do fluxo de caixa projetado, é a venda de estoques parados por meio de promoções. A ideia é reduzir ou eliminar a margem de lucro para vender visando ter dinheiro para os pagamentos e cortar os custos de manter os itens estocados.
Entretanto, outra percepção importante atrelada a esse movimento é o que se chama de ciclo de conversão: um indicador que mostra o tempo necessário para transformar despesas em receitas. Tal dado, na prática, ajuda a entender prazos que não casam e que estão diminuindo a disponibilidade monetária.
Financiamentos, empréstimos e investimentos
Outra atitude para responder à falta de liquidez é a contratação de empréstimos. Tanto aqueles vigentes e com pagamentos no período apurado quanto possíveis necessidades futuras devem ser listadas no fluxo projetado. A dica é observar os juros, especialmente quando as taxas são variáveis, para definir valores.
Da mesma forma, os investimentos financeiros também estão sujeitos a essa questão e à tributação. Já a estimativa para compra de bens ou soluções para a empresa deve ser associada à disponibilidade financeira do negócio ou à possibilidade de financiamento com as devidas projeções.
Prazos
O fluxo de caixa projetado precisa existir em consonância com o restante do planejamento empresarial. Um exemplo prático disso é a previsão de compras com valores e datas de pagamento servindo de guia para a política de recebimento a prazo. Se esses elementos não forem alinhados, a tendência é que haja falta de liquidez.
Planejamento de contas
A construção de um fluxo de caixa projetado que se aproxime da realidade passa por uma boa organização dos dados. Um ponto nessa direção é a padronização de códigos e classificações em todos os relatórios que envolvem a área — financeiros, contábeis, fiscais e tributários.
Isso visa garantir uniformidade e ainda facilita tanto o planejamento quanto à análise. Basta pensar em como fica fácil encontrar e comparar contas de períodos diferentes a partir disso.
Quais os benefícios do fluxo de caixa projetado?
Considerando para que serve e os momentos em que é indicado fazer o fluxo de caixa estimado, seus benefícios não poderiam ser outros senão:
- maior previsibilidade e controle;
- identificação de desafios e oportunidades;
- redução de erros e riscos;
- melhor direcionamento dos recursos;
- aumento do investimento;
- diminuição do endividamento;
- melhoria das negociações;
- eliminação de gastos desnecessários.
A elaboração de um fluxo de caixa projetado gera informações importantes para a gestão empresarial. Isso porque um bom planejamento financeiro evita problemas e ajuda a garantir oportunidades.
Gostou do conteúdo? Aproveite para entender também como a automação financeira pode ajudar sua empresa em crescimento!
