Crescimento e Otimização

Per Diem: o que é e como usar em viagens corporativas

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Viajar a trabalho sempre exige organização. Para uma empresa, isso significa encontrar um equilíbrio entre oferecer condições adequadas para o colaborador e manter o controle financeiro sobre cada deslocamento. É nesse ponto que o Per Diem ganha relevância: um modelo que transforma a forma de lidar com reembolsos.

Para um CFO, por exemplo, a discussão vai além do simples pagamento de despesas. O Per Diem é uma ferramenta estratégica de governança que traz previsibilidade, reduz burocracias e melhora a experiência dos funcionários.

Portanto, criamos este artigo para que você entenda como funciona o Per Diem, suas vantagens e as tendências para o futuro. Boa leitura!

O que é Per Diem?

O Per Diem é o pagamento de um valor fixo diário aos colaboradores em viagens corporativas, destinado a cobrir custos fundamentais, como alimentação, transporte local e, em alguns casos, hospedagem.

Esse modelo substitui a tradicional coleta de comprovantes e notas fiscais, garantindo maior simplicidade e previsibilidade para ambas as partes.

No cenário prático, imagine um colaborador que seja enviado para uma conferência de três dias em São Paulo. Em vez de gastar horas separando recibos de táxis, refeições e pequenas compras, ele recebe uma quantia pré-estabelecida pela empresa.

Com isso, o profissional e seus supervisores entenderão exatamente o quanto esse funcionário terá disponível para cada dia, sem precisar se preocupar com burocracias.

A importância do conceito para CFOs

Do ponto de vista fiscal, em países como o Brasil, o Per Diem é considerado indenizatório, não compondo a base de cálculo de tributos trabalhistas, desde que esteja dentro de valores razoáveis e vinculados a deslocamentos reais.

Essa característica é especialmente relevante para CFOs, já que garante segurança jurídica e previsibilidade na folha de pagamento.

Além disso, o Per Diem pode ser adaptado de acordo com o custo de vida do destino. Viagens para capitais com preços elevados podem ter diárias mais altas, enquanto deslocamentos para cidades menores utilizam valores reduzidos.

É essa flexibilidade que torna esse recurso tão útil, com a possibilidade de ser aplicado a diferentes contextos empresariais.

Qual é a origem do termo Per Diem?

A expressão vem do latim e significa “por dia”. Seu uso moderno remonta às primeiras regulamentações de órgãos governamentais que precisavam controlar despesas de viagens oficiais. Em vez de avaliar nota por nota, adotou-se a prática de definir um valor diário que cobrisse gastos básicos de estadia e alimentação.

Nos Estados Unidos, a General Services Administration (GSA) definiu padrões nacionais de Per Diem ainda no século passado, ajustando valores de acordo com cada estado e cidade. Isso reduziu disputas administrativas e trouxe previsibilidade ao orçamento público.

No setor privado, empresas começaram a perceber que o modelo não só reduzia custos operacionais, mas também melhorava a experiência de seus colaboradores.

Multinacionais em especial adotaram a prática, por lidarem com viagens frequentes e complexas. Hoje, é comum ver startups replicando esse modelo, justamente por facilitar processos desde cedo.

No Brasil, embora não exista uma tabela oficial como a americana, muitas empresas criaram suas próprias políticas internas.

Companhias aéreas, consultorias, construtoras e indústrias de grande porte foram pioneiras, e aos poucos a prática se expandiu para empresas de médio porte, especialmente aquelas com operações interestaduais.

Quais são os benefícios do Per Diem em viagens corporativas?

O Per Diem se tornou uma ferramenta estratégica porque atende simultaneamente a três objetivos: redução de custos administrativos, aumento da previsibilidade orçamentária e melhoria na satisfação dos colaboradores.

Redução de custos administrativos com Per Diem

Um dos maiores gargalos no processo de reembolso é o tempo gasto pelo departamento financeiro para conferir comprovantes.

Cada refeição, táxi ou pedágio precisa ser checado, registrado e validado. Esse esforço, quando multiplicado por dezenas ou centenas de viagens mensais, representa um custo administrativo altíssimo.

O Per Diem elimina essa etapa. O valor é definido previamente e repassado ao colaborador, sem necessidade de validação posterior. Para uma empresa que realiza 200 viagens por mês, por exemplo, a redução no tempo gasto pelo setor financeiro pode representar semanas inteiras de trabalho economizado ao longo do ano.

Além da economia de horas, há redução no risco de erros. Planilhas mal preenchidas ou recibos extraviados deixam de ser um problema. Isso libera a equipe financeira para focar em análises de maior valor agregado, como a negociação de contratos ou a melhoria de processos.

Transparência e previsibilidade no orçamento

Outro benefício relevante é a clareza na gestão financeira. Com valores fixos estabelecidos por destino, o CFO consegue prever com antecedência quanto será gasto em cada viagem. Nesse sentido, não é exagero dizer que o Per Diem proporciona um planejamento orçamentário muito mais preciso.

Essa previsibilidade facilita a criação de relatórios financeiros confiáveis, essenciais para a tomada de decisão em conselhos e auditorias.

Além disso, o Per Diem proporciona simulações estratégicas: uma empresa pode calcular, por exemplo, o impacto financeiro de ampliar a presença de vendedores em determinada região, sabendo exatamente quanto custará cada deslocamento.

Em tempos de margens apertadas, essa transparência se transforma em vantagem competitiva. Empresas que conseguem prever com precisão seus custos têm maior flexibilidade para investir em oportunidades de crescimento.

Valorização da experiência do colaborador

Do ponto de vista do colaborador, o Per Diem elimina dois grandes incômodos: a necessidade de gastar do próprio bolso e a demora no reembolso. Com o valor já disponível, o profissional pode focar em sua missão, sem se preocupar com burocracias.

Esse fator impacta diretamente o engajamento. Pesquisas de clima organizacional frequentemente apontam que processos financeiros lentos ou confusos são motivo de insatisfação entre funcionários.

Ao adotar o Per Diem, a empresa demonstra preocupação com o bem-estar de seus colaboradores, o que se traduz em maior produtividade e retenção de talentos.

Para cargos de alta demanda em viagens, como consultores ou gerentes comerciais, essa confiança no processo faz diferença. Um colaborador satisfeito com a política de viagens tende a ter mais disposição para aceitar missões adicionais, ampliando a capacidade da empresa de atender clientes e expandir negócios.

Como o Per Diem funciona nos processos de reembolso?

O funcionamento do Per Diem depende da política interna da empresa, mas há práticas comuns que ajudam a estruturar o processo. Vamos conferir os principais pontos em relação aos procedimentos de reembolso.

Modelos de pagamento geralmente adotados pelas empresas

Existem diferentes formas de disponibilizar o Per Diem aos colaboradores:

  • pagamento antecipado — o valor total previsto para a viagem é transferido ao colaborador antes do deslocamento, garantindo que ele não utilize recursos próprios;
  • lançamento em folha — o valor aparece como adicional na remuneração, separado de salário ou benefícios, facilitando o controle contábil;
  • modelo híbrido — despesas maiores, como hospedagem, são pagas diretamente pela empresa, enquanto o Per Diem cobre alimentação, transporte e custos menores.

Cada modelo tem vantagens específicas. O adiantamento, por exemplo, reduz tensões com o colaborador. Já o lançamento em folha traz mais clareza contábil e facilita auditorias. O híbrido, por sua vez, equilibra simplicidade e controle.

Critérios de cálculo do Per Diem

Outro aspecto importante é a definição dos valores. A política deve esclarecer:

  • se há diferenciação por cidade ou região, considerando custo de vida;
  • se existem ajustes por período do ano, como alta temporada;
  • se o valor varia conforme a hierarquia do cargo.

Também é necessário estabelecer se o Per Diem cobre despesas incidentais, como lavanderia e gorjetas, ou apenas os gastos básicos de alimentação e transporte. Quanto mais detalhado for o critério, menor a chance de dúvidas ou conflitos.

Conformidade e mitigação de riscos

Um ponto de atenção para CFOs é a conformidade. Empresas que não documentam adequadamente suas políticas podem enfrentar questionamentos trabalhistas ou fiscais. A falta de clareza também abre margem para distorções, como o uso inadequado dos valores ou solicitações de complementos.

Por isso, recomenda-se que todas as regras sejam formalizadas em manuais internos e comunicadas de forma clara aos colaboradores. Revisões periódicas, alinhadas ao aumento do custo de vida ou às mudanças regulatórias, reforçam a credibilidade da política e protegem a empresa contra riscos legais e financeiros.

Quais as diferenças entre Per Diem e reembolso integral?

As duas abordagens apresentam vantagens e desvantagens. No reembolso integral, há controle total sobre as despesas. Cada centavo é comprovado, o que facilita o rastreamento dos gastos.

Essa prática é útil em empresas de pequeno porte, onde o volume de viagens é baixo e o controle individualizado não gera sobrecarga.

No entanto, esse modelo se torna insustentável em organizações com alto volume de deslocamentos. O tempo gasto em conferências, a possibilidade de erros e os atrasos no pagamento criam fricções desnecessárias.

Já o Per Diem privilegia a agilidade. Os valores são predefinidos e não exigem justificativas. Isso traz simplicidade e reduz a carga administrativa, mas exige que os valores sejam realistas. Um Per Diem muito baixo gera insatisfação; um muito alto compromete o orçamento.

A escolha entre os modelos não é binária. Muitas empresas adotam soluções híbridas, combinando Per Diem para despesas menores com reembolso integral para gastos maiores ou excepcionais. Esse equilíbrio proporciona o alinhamento entre controle e eficiência.

Como escolher o modelo de Per Diem mais adequado para a empresa?

A escolha do modelo depende de variáveis como porte da empresa, volume de viagens, regiões atendidas e cultura organizacional. Alguns critérios merecem atenção especial. São eles:

  • volume de viagens — empresas com alta frequência de deslocamentos se beneficiam do Per Diem completo pela economia administrativa, enquanto organizações com poucos deslocamentos podem preferir o reembolso integral;
  • abrangência geográfica — operações em grandes centros urbanos exigem diárias mais altas para refletir custos maiores de hospedagem e alimentação, enquanto regiões menos onerosas proporcionam valores mais enxutos;
  • hierarquia interna — muitas companhias definem políticas diferenciadas para executivos e demais colaboradores, refletindo expectativas distintas de acomodação e padrão de refeição, desde que a prática seja transparente;
  • compliance e auditoria — valores muito diferentes da média de mercado podem levantar questionamentos de órgãos reguladores ou de acionistas, por isso a revisão periódica da política é fundamental.

Qual será o futuro dos processos de reembolsos corporativos?

As tendências apontam para maior digitalização, personalização e transparência. Nos próximos anos, os CFOs terão à disposição recursos tecnológicos capazes de tornar o Per Diem ainda mais estratégico e alinhado ao planejamento financeiro.

Algumas direções já se mostram consolidadas e merecem destaque:

  • automação completa — plataformas de gestão integradas calculam automaticamente o valor de Per Diem com base no destino, tempo de viagem e cargo do colaborador, eliminando cálculos manuais e acelerando aprovações;
  • análise avançada de dados — dashboards oferecem insights sobre padrões de gastos, o que permite ajustes constantes nos valores de Per Diem e negociações mais vantajosas com fornecedores;
  • inteligência artificial aplicada — algoritmos sugerem valores em tempo real, considerando custo de vida atualizado, câmbio e até sazonalidade de preços em hotéis e restaurantes;
  • blockchain e rastreabilidade — registros imutáveis garantem transparência e conformidade, fortalecendo auditorias e aumentando a confiança de acionistas e órgãos reguladores;
  • modelos dinâmicos de Per Diem — empresas podem adotar políticas flexíveis, ajustando diárias conforme perfil do colaborador, localização e objetivo da viagem;
  • experiência centrada no colaborador — soluções móveis e digitais garantem que funcionários acompanhem sua política de Per Diem em tempo real, reforçando confiança e simplificando a gestão individual das despesas.

Essa combinação de tecnologia e cultura organizacional aponta para um futuro em que o Per Diem deixará de ser apenas um mecanismo administrativo e passará a ser um componente estratégico da gestão financeira.

Para os CFOs, isso significa contar com processos mais ágeis, transparentes e integrados ao planejamento global da empresa.

Quais são os melhores dados de mercado para se inspirar?

Para além das práticas internas das empresas, observar dados de mercado ajuda a entender a relevância do Per Diem e como ele se conecta a um setor em crescimento. Dois exemplos recentes divulgados por veículos brasileiros ilustram bem esse cenário.

Viagens corporativas e os indicadores da FecomercioSP

Em 2024, a FecomercioSP divulgou que o volume de viagens corporativas no Brasil já havia retornado aos patamares anteriores à pandemia. O estudo destacou ainda que o gasto médio diário com deslocamentos, incluindo hospedagem, alimentação e transporte, variava entre R$301 e R$1.000 por pessoa.

Esses números funcionam como um parâmetro útil para empresas que buscam calibrar suas políticas de Per Diem. Valores muito abaixo dessa faixa tendem a gerar desconforto nos colaboradores, enquanto cifras muito acima podem pressionar o orçamento e comprometer a competitividade.

O impacto econômico apontado por Abracorp e Ministério do Turismo

Em 2025, uma pesquisa publicada pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Abracorp, estimou que o setor de viagens corporativas movimentaria cerca de R$ 9 bilhões apenas no segundo semestre.

Esse dado reforça a força econômica do segmento e a importância de processos financeiros ágeis para lidar com tamanha escala.

Nesse contexto, o Per Diem surge como ferramenta fundamental para dar agilidade e previsibilidade. Com ele, CFOs conseguem sustentar um volume elevado de deslocamentos sem sobrecarregar o time financeiro, mantendo a conformidade e a satisfação dos colaboradores.

Como vimos neste artigo, o Per Diem é uma solução prática e estratégica para empresas que desejam controlar gastos de viagem sem perder a confiança dos colaboradores. Ele reduz burocracia, aumenta a previsibilidade e melhora a experiência de quem viaja. Para um CFO, adotar o Per Diem é dar um passo em direção a uma gestão mais moderna e eficiente.

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