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Acessibilidade no turismo: o que saber sobre o assunto

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Empreendedores e companhias utilizam as viagens corporativas para expandir suas atividades, fechar negócios e explorar novos mercados. No entanto, muitas vezes a importância da acessibilidade no turismo não é tão discutida quando deveria, mesmo que esse conceito também dependa do trabalho das organizações.

Neste post, abordaremos em detalhes o conceito de turismo acessível, sua relevância e os desafios de implementação no Brasil. Também mostraremos os destinos que se destacam na promoção de iniciativas nesse sentido, assim como as regras e as exigências aplicáveis para tornar as viagens corporativas, e a própria empresa, mais inclusivas. Confira!

O conceito de acessibilidade

Para entendermos mais sobre a acessibilidade no turismo brasileiro, é fundamental ampliarmos nosso conhecimento sobre o conceito geral. Muitas vezes, quando se pensa nessa questão, a tendência é considerar que se trata apenas de adaptações em lugares públicos para garantir que pessoas com deficiência sejam incluídas na sociedade.

A acessibilidade pode ser definida como um conjunto de medidas práticas para proporcionar melhores condições de deslocamento para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Desse modo, elas passam a utilizar, com segurança e autonomia, espaços, equipamentos, serviços, transportes e outros itens modificados.

No universo corporativo e das viagens, isso também pode incluir a instalação de rampas de acesso em calçadas para cadeirantes ou a utilização de dispositivos de voz para quem tem deficiência visual, mas não somente esses aspectos.

Alguns outros exemplos da implementação de medidas práticas de acessibilidade são os seguintes:

  • prédios com rampas de acesso para cadeira de rodas;
  • banheiros adaptados para pessoas com deficiência;
  • plataformas de elevação, como aquelas utilizadas no transporte público para facilitar a entrada de cadeirantes e outras pessoas com deficiência.

Vale reforçar que oferecer acessibilidade para pessoas com deficiência vai além dessas adaptações físicas. Exige atenção ao planejamento e ações por parte dos prestadores de serviços em geral.

A importância da acessibilidade no turismo

Já a acessibilidade aplicada ao turismo se refere à adaptação de destinos, acomodações, transportes e atividades turísticas para atender a todas as pessoas, independentemente de suas limitações físicas ou cognitivas.

A acessibilidade nas viagens é essencial porque proporciona que todas as pessoas, sejam quais forem suas condições físicas ou mentais, desfrutem dos benefícios do turismo — tanto o corporativo como o de entretenimento.

As mudanças desejáveis incluem diversos elementos, que vão desde o transporte até as hospedagens, passando também por atividades recreativas e serviços de informação. Quando o turismo é realmente acessível, as experiências dos viajantes se tornam enriquecedoras e inesquecíveis.

Para empresas que investem nas viagens corporativas como uma forma de expandir suas atividades, a maior presença de adaptações de acessibilidade permite que os colaboradores com deficiências sejam enviados nessas jornadas com mais frequência. Isso os motiva, e a iniciativa reforça que essas pessoas são parte fundamental do time.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) entende que a implementação de medidas de acessibilidade abre novos mercados para a indústria de viagens — até por isso, tem se esforçado para estruturar abordagens nesse sentido.

De acordo com a OMT, há uma demanda reprimida para o turismo acessível, que não tem sido totalmente atendida. Atender a ela aumenta a receita dos atores envolvidos e, ainda, cria empregos e promove o desenvolvimento sustentável local.

Além disso, instalações e serviços projetados para se tornarem mais acessíveis acabam beneficiando todos os usuários, não apenas turistas com necessidades específicas. Afinal, investimentos precisos em infraestrutura, como a otimização de elevadores, representam um avanço para todos os usuários do equipamento.

A presença da acessibilidade no turismo

Existem quatro pilares fundamentais para promover a inclusão desse grupo em atividades turísticas. Acompanhe e entenda!

Estrutura arquitetônica

O primeiro pilar se refere à estrutura física dos espaços, de modo a assegurar que os ambientes sejam mais acessíveis. Isso envolve a eliminação de barreiras físicas por meio de adaptações como a instalação de rampas de acesso, elevadores, banheiros adaptados e calçadas com piso tátil para orientação de pessoas com deficiência visual.

Equipamentos e acessórios adequados

O segundo pilar engloba a disponibilidade de equipamentos e acessórios projetados para atender às necessidades de pessoas com deficiência. Como exemplos, é possível citar:

  • tecnologia assistiva, ;
  • cadeiras de banho em banheiros adaptados;
  • cardápios em Braille para pessoas com deficiência visual;
  • mapas táteis que permitem orientação tátil;
  • equipamentos acessíveis para a realização de atividades turísticas.

Esses recursos são essenciais para garantir que os turistas com deficiência desfrutem plenamente das experiências oferecidas. Empresas que estejam crescendo e investindo devem adotar essas soluções, de modo a desenvolver um novo diferencial e chamar a atenção do público e do mercado.

Atendimento de qualidade

O terceiro pilar, e um dos mais críticos, é o atendimento prestado pelos profissionais que interagem com as pessoas com deficiência. A capacitação de guias turísticos desempenha um papel fundamental.

Outras iniciativas podem envolver o auxílio na locomoção para visitantes com mobilidade reduzida, intérpretes de Libras para atender a pessoas surdas, orientações específicas para pessoas com deficiência visual e outras adaptações para atender a necessidades individuais.

Comunicação eficiente

O último pilar é a comunicação. Muitos empreendimentos turísticos têm recursos acessíveis, como guias em Braille ou recursos de áudio, mas muitas vezes não os divulgam eficazmente em suas mídias sociais ou canais de comunicação.

A falta de informações disponíveis dificulta a busca por parte das pessoas com deficiência e prejudica a acessibilidade na comunicação digital dos prestadores de serviços turísticos.

Nesse sentido, é de suma importância que as empresas forneçam informações claras sobre os recursos disponíveis, tornando o planejamento e a visita mais acessíveis para os turistas com deficiência.

Os desafios na implementação da acessibilidade no turismo brasileiro

Assegurar a acessibilidade no turismo não apenas atende às necessidades legais, mas também cria oportunidades para que uma parcela significativa da população desfrute plenamente das riquezas culturais e naturais do Brasil, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e igualitária.

Porém, no Brasil, a implantação do turismo acessível ainda enfrenta desafios significativos. Embora haja regulamentações e leis que estabeleçam padrões de acessibilidade, a conscientização e a aplicação dessas normas nem sempre são eficazes.

A falta de conhecimento de gestores, preconceitos capacitistas e outros pontos distanciam a implementação correta da acessibilidade. Mas mesmo com esses obstáculos, é fundamental continuar avançando na busca por um turismo verdadeiramente acessível.

As adaptações necessárias no turismo para pessoas com deficiência

A mudança global na acessibilidade depende não apenas da iniciativa de empresas, mas também da atuação do poder público e da conscientização dos cidadãos. No entanto, é possível se antecipar aos órgãos governamentais e promover melhorias significativas.

Alguns dos elementos que podem ser otimizados e proporcionar maior acessibilidade são os seguintes:

  • rampas para cadeirantes e outras pessoas com dificuldades motoras e/ou deficiências físicas, já que muitas delas têm problemas para subir escadas, e o elevador nem sempre é inclusivo;
  • elevadores acessíveis, que melhoram as condições para pessoas com mobilidade reduzida;
  • sinalizações táteis em Braille;
  • reserva de vagas no estacionamento da empresa;
  • audiodescrição em imagens, em aeroportos e rodoviárias;
  • restaurantes acessíveis, que eliminem obstáculos em seu espaço (para cadeirantes, por exemplo) e adotem cardápios em Braille;
  • transporte inclusivo, com adaptações e implementação e tecnologias assistivas.

Os destinos que se preocupam com a acessibilidade

Felizmente, muitos destinos turísticos estão investindo em acessibilidade. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis vêm implementando políticas e estruturas que tornam os passeios e as atrações acessíveis a todos.

Além disso, destinos internacionais, como Londres, Sydney e Barcelona, são conhecidos por suas abordagens inclusivas no turismo. A seguir, conheça os detalhes das iniciativas e características que tornam esses destinos acessíveis.

São Paulo

São Paulo tem investido na adaptação de sua infraestrutura turística. Isso inclui a instalação de rampas de acesso em calçadas, elevadores e banheiros adaptados em locais públicos e estabelecimentos comerciais.

Além disso, o sistema de transporte público de São Paulo é equipado com acessibilidade, contando com ônibus acessíveis a cadeirantes e estações de metrô com elevadores e sinalização tátil.

A cidade também se esforça para tornar seus principais pontos turísticos acessíveis, como o Parque Ibirapuera, que oferece trilhas sinalizadas, banheiros adaptados e programas inclusivos.

Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro é conhecido por suas praias, e muitas delas têm postos de salvamento adaptados, cadeiras de rodas anfíbias e esteiras de acesso à areia para garantir que pessoas com mobilidade reduzida possam desfrutá-las.

A cidade também tem investido para trazer acessibilidade aos seus locais culturais, como o Museu de Arte do Rio (MAR) e o Museu do Amanhã, com rampas, elevadores e exposições que podem ser apreciadas por todos.

Outro ponto que atrai bastante os turistas no Rio de Janeiro são os eventos, principalmente o Carnaval e o Réveillon de Copacabana. Muitos esforços são feitos para tornar esses eventos acessíveis, com áreas reservadas para cadeirantes e intérpretes de Libras.

Florianópolis

A capital de Santa Catarina também investe em praias acessíveis, por meio da disponibilização, em algumas delas, de esteiras de acesso à areia e cadeiras de rodas anfíbias. Além disso, oferece passeios adaptados, como trilhas acessíveis e barcos com rampas e espaços para cadeiras de rodas.

Outro esforço presente na gestão de turismo da cidade é para tornar seus eventos, como festivais culturais e esportivos, acessíveis a todos, com áreas reservadas e serviços de apoio.

Destinos internacionais

Destinos fora do Brasil, como Londres, Sydney e Barcelona, investem em sistemas de transporte público acessíveis, incluindo ônibus, metrô e trens com acessibilidade para pessoas com deficiência.

Os pontos turísticos icônicos, como o Big Ben em Londres, a Ópera de Sydney e a Sagrada Família em Barcelona, têm infraestrutura adaptada para receber visitantes com deficiência. Além disso, em cidades como essas, são oferecidas informações turísticas em diversos formatos, incluindo Braille, áudio e linguagem de sinais.

As regras e as exigências sobre turismo acessível

No Brasil, algumas leis e regulamentações estabelecem as diretrizes para o turismo acessível.

A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, é um marco importante. Essa legislação estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade em diversos aspectos da vida, incluindo o turismo.

Além disso, a Norma Brasileira de Acessibilidade (ABNT NBR 9050) define critérios para a acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

Outra regulamentação relevante para o tema é o Decreto nº 5.296/2004, que estabelece normas e critérios para a promoção de acessibilidade em diversos setores — incluindo o turismo. É essa legislação que garante a obrigatoriedade de adaptação de edificação e serviços turísticos para pessoas com deficiência, além do atendimento prioritário.

As dicas para seguir normas e legislações de acessibilidade no turismo

Todas as normativas citadas anteriormente determinam padrões para a acessibilidade em locais públicos e privados, incluindo estabelecimentos turísticos, como hotéis, restaurantes, atrações turísticas e meios de transporte. Elas abrangem aspectos como rampas de acesso, elevadores, banheiros adaptados, sinalização em Braille, entre outros.

As próprias empresas que investem em viagens corporativas e recebem visitantes podem se adequar em relação à acessibilidade no turismo, inclusive em suas dependências. Afinal, também é preciso pensar em iniciativas para contemplar as pessoas que visitam o empreendimento.

Confira algumas dicas para fazer essa transformação:

  • instalação de rampas nas dependências da empresa, para melhorar a experiência de visitantes e colaboradores;
  • adaptação de banheiros para pessoas com dificuldade motora;
  • contratação de uma consultoria especializada, para elaborar um plano gradual de mudanças;
  • consulta aos próprios colaboradores com deficiência, de modo a implementar adaptações;
  • implementação de comunicação acessível, para que todos os materiais de comunicação sejam compreensíveis para pessoas com deficiência.

Para proporcionar viagens confortáveis para colaboradores com deficiência física e/ou motora, também é primordial fazer uma pesquisa elaborada antes da viagem. Assim, fica mais fácil priorizar hospedagens que sejam adaptadas e ofereçam a melhor experiência possível.

Como visto, a acessibilidade no turismo é um tema crucial que afeta não apenas os viajantes com deficiências, mas também o setor de viagens corporativas. Vale a pena conhecer e adotar práticas de turismo acessível, que tornam as viagens mais inclusivas e, de quebra, beneficiam a reputação e a imagem da sua empresa.

Convidamos você a compartilhar suas opiniões e experiências sobre o tema nos comentários abaixo. Juntos, podemos promover uma discussão enriquecedora e contribuir para um turismo mais inclusivo e acessível.

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